Klara Castanho foi o “granfinale” dessa semana assombrosa para as mulheres e meninas do Brasil. Terrivelmente exposta, foi “obrigada” a esclarecer um momento particular e triste de sua vida. Um 3stupr0, uma decisão difícil e um trauma estarrecedor.
Os causadores da exposição, agora pedem desculpas. Entretanto desculpas jamais serão suficientes para amenizar a dor causada à Klara por obrigá-la a reviver uma violência, ser alvo de críticas e julgamento dos “militantes” pró-vida.
É fato que sua decisão foi humana, madura e legítima, mas não suficiente para os conservadores. O ato de doar uma criança é legítimo SEMPRE, mas nesse caso, gerar uma vida até os 09 meses, fruto de uma violência sexual, é especial de uma forma particular.
O que se leva dessa situação é justamente que o patriarcado NUNCA estará satisfeito. Seu discurso não é pela vida, mas pela manutenção do domínio dos corpos femininos.
Muito se discute acerca do poder de escolha da mulher, em abortar ou não. A descriminalização ou legalização do aborto. A realidade é mais cruel que isso, pois na prática, não se tem escolha nenhuma.
Doar, abortar ou escolher criar sem estrutura, seja emocional ou financeira, sempre terá o mesmo final: a condenação da sociedade, com discursos machistas, controladores e fundamentalistas.
Foi uma semana difícil, mas por aqui, seguimos na luta. Toda solidariedade à Klara Castanho nesse momento.
