Para mim, que dedico minha vida à militância em prol dos direitos humanos das mulheres e meninas, não resta outro sentimento além da certeza de que os resultados do primeiro turno das eleições de 2022 trouxeram uma direta ameaça aos direitos das mulheres.
Ontem nós assistimos a ascensão dos candidatos bolsonaristas que consolidaram no Senado a maior bancada conservadora da nossa história. Sem contar governadores e deputados estaduais e federais que se elegeram com uma quantidade considerável de votos.
Venceram os discursos baseados em ideologias religiosas que JAMAIS deveriam ser misturadas à política; aqueles que se posicionam como defensores da “moral” e dos “bons costumes”, a todo custo. Não podemos nos sentir representadas por políticos que se orgulham do seu descompromisso com o social, do desinteresse pelo diálogo, das violências e intolerâncias.
A imposição de valores morais e religiosos para toda a sociedade implica o retrocesso dos nossos direitos.
Por isso, reforço: nós, mulheres, não podemos nos esquecer do quanto precisamos lutar muito para conquistar cada um deles e do quanto ainda precisamos percorrer.