Na madrugada de segunda-feira (11), um médico-anestesista foi preso em flagrante no hospital em São João de Meriti, por estupro de vulnerável.
Não é preciso discorrer acerca do crime cometido pelo médico, pois a notícia repercutiu em todo o país e já foi exaustivamente explicada.
Entretanto, eu, como defensora dos direitos das mulheres, preciso manifestar minha profunda solidariedade a essa mulher e todas as outras vítimas.
Para a mulher que deseja ser mãe, o parto é um dos momentos mais lindos e aguardados de sua vida. Longe da romantização, é um momento também de fraqueza e vulnerabilidade. Estar deitada sobre a maca para dar à luz é um misto de ansiedade e medo.
Aproveitar-se do corpo de uma mulher nesse momento não é só um ato de covardia e extrema crueldade, mas uma prova de que os corpos femininos são encarados como objetos a todo momento, em qualquer circunstância.
Nos últimos episódios de violência com repercussão nacional, percebe-se que não vivemos seguras no Brasil em nenhum lugar: somos violentadas pelo Judiciário ao recorrer pedindo um direto líquido e certo, somos violentadas pelo jornalismo falho e cruel ao escolher doar uma criança fruto de uma violência sexual, somos violentadas pelo médico ao dar à luz a um filho.
Não existe lugar seguro nesse país.
É necessário unir forças para lutar diariamente contra o patriarcado que nos engole, nos cospe, nos violenta e assassina.
Um agradecimento especial à equipe de mulheres da enfermagem que deram um grande exemplo de sororidade e união.
Seguimos.