A pergunta mais comum desde que descobri e tornei pública minha gestação é: “Dr. Mariana, e agora, quem vai cuidar dos meus processos?”.
Parece uma indagação comum e simples preocupação. No entanto, essa frase sempre carrega pitadas amargas de deslegitimação.
É como se a carreira das mulheres que se tornam mães fosse completamente anulada, invisibilizada.
Há um pensamento patriarcal radicalmente enraizado de que competirá a mulher somente o serviço doméstico e a maternidade.
Portanto, tal sistemática define que ela deveria deixar tudo para se dedicar a casa e aos filhos.
Mesmo com uma carreira forte e consolidada, a mulher segue sendo obrigada a justificar que sua responsabilidade para com seu trabalho continua a mesma, que as mudanças de humor durante a gravidez não interferirão nele e que tudo segue normalmente com as devidas adaptações.
O mais duro é que essas interrogações vêm justamente das mulheres que dedico meus dias a defender.
A resposta é: O escritório continua a todo vapor. Seguiremos na busca por resguardar os direitos das mulheres. 🌸