Ser mulher no Brasil não é fácil. Nosso drama começa desde cedo, preocupadas com o tamanho da saia. Pensamos: “Será que vão me julgar?”.
Na primeira reunião do dia precisamos gritar para que nossa voz seja ouvida. E se ficamos chateadas com a pressão do trabalho, estamos de TPM. Saímos correndo para buscar a criança na escola e ouvimos um comentário “a mãe dessa criança não a educou?”. O filho que come um salgadinho e a mãe precisa ouvir “você não vai preparar o jantar?. A pia cheia de louça e alguém chega com um olhar de “essa mulher não cuida dessa casa?”.
Esses são dramas da mulher. Mas e se essa mesma rotina fosse de um homem? Ele acorda e vai com qualquer roupa para o trabalho, porque se ele tiver com a camisa mal passada, o comentário será “sua mulher não passa suas camisas?”. Gritou na reunião? Ele é enérgico, firme nas decisões. Ele está chateado? É muita responsabilidade para ele ou “a mulher deve ter dormido de calça jeans”.
Buscou o filho na escola? Que pai presente! Filho está comendo um salgadinho? “A mãe dessa criança não ajuda com o jantar?”. A pia está cheia de louça? Coitado, chegou tão cansado que não conseguiu arrumar a cozinha.
Percebeu a diferença? São essas pequenas coisas que me deixam inconformadas e que me fazem uma feminista. Não é fácil ser uma advogada feminista, mas eu nasci para defender mulheres. Justiça seja feita!