Hoje estamos no Jornal O Globo denunciando e trazendo à tona o absurdo que é a guarda compartilhada impositiva, em especial quando se trata de mulheres vítimas de violência doméstica e familiar que são novamente agredidas pelo próprio Estado quando este, por meio dos Tribunais de Justiça, as obriga a compartilharem as guardas de seus filhos com os seus próprios agressores.
Mais aterrorizante do que isso é saber que o Poder Judiciário Brasileiro necessita tanto de qualificação para entender os recortes de gênero e suas nuances.
A Juliana da reportagem (nome fictício) é cliente real do meu escritório e mesmo com medida protetiva em seu favor nunca deixou de ser violentada pelo seu agressor, pois o mesmo utiliza-se da guarda compartilhada para seguir perturbando essa mulher, o que consideramos ser inadmissível.
No caso em questão, mesmo sendo orientados pelo escritório, tanto o Magistrado como o Ministério Público seguem impondo a versão do compartilhamento sem analisar o caso concreto.
Afinal de contas, não é tão surreal assim pensar que vítimas de violência doméstica e familiar NÃO DEVEM COMPARTILHAR a guarda de seus filhos com os seus próprios agressores, mas ainda assim, elas seguem sendo violentadas.
Pergunto: Por qual razão? Qual a intenção nisso? Somente por que a lei diz?
É preciso denunciar as mazelas do Poder Judiciário Brasileiro. Principalmente da necessidade urgente de construir um olhar propositivo para tratar questões de gênero sem criminalização e demonização, e sim como uma ciência que estuda as nuances sociais há tempos, apesar dos que sempre tentam subverter os fatos dizendo que debater questões de gênero “é coisa do capeta”.
Por dias melhores para todas as mulheres que buscam por justiça. Por elas, pelos nossos filhos, e por todas nós!
À minha colega Mariana Regis obrigada pela contribuição nesse assunto tão caro para nós.
À querida Bianca, jornalista impecável, obrigada mais uma vez por denunciar esses absurdos.
Link da reportagem completa aqui no nosso site! Acesse aqui!